Rodoviários: Ales quer diálogo com o Executivo

O presidente da Assembleia Legislativa (Ales), deputado Erick Musso (Republicanos), falou em Plenário, durante a sessão ordinária híbrida desta segunda-feira (13), sobre a atual situação dos rodoviários.

Erick se colocou contra a demissão de funcionários, cobrou uma agenda oficial com o Executivo para tratar do tema e defendeu o diálogo.

Segundo o presidente da Casa, a categoria buscou a ajuda da Assembleia Legislativa para restabelecer a negociação com o Executivo.

“Na última sexta-feira, acompanhamos o movimento de paralisação dos rodoviários. No mesmo dia, eu fui procurado pela categoria e fiz o compromisso de recebê-los aqui em Plenário para dar continuidade a essa conversa. Quero deixar bem claro que meu papel não é de defesa ou acusação, é de diálogo”.

Musso resgatou que, no ano passado, o Executivo decidiu pela suspensão do trabalho dos cobradores dentro dos coletivos e foi feito um acordo em maio de 2020 que garantia que as empresas de transporte público não demitiriam nenhum funcionário que atuasse como cobrador dentro dos ônibus do sistema metropolitano.

Na época, em discurso oficial em vídeo, o governador Renato Casagrande (PSB) garantiu que os cobradores seriam realocados em outras funções dentro do serviço de transporte público prestado no Estado.

“Estamos falando de três mil trabalhadores, ou melhor, de três mil famílias, e de um acordo que foi homologado na época. Ninguém aqui é contra a tecnologia, inclusive esse é um ponto que a própria categoria tem muita clareza.

O que nós não podemos é ver que uma garantia que foi dada pelo governador do Estado na época mude do dia para a noite agora”. Musso defendeu o cumprimento do acordo homologado e pediu diálogo.

“Vamos compor uma comissão com os deputados que quiserem ajudar na construção dessa ponte e vamos fazer essa agenda oficial com o governador sobre esse problema”, declarou o presidente, lembrando que a categoria cobra uma reunião com o chefe do Executivo, não querendo mais negociar com o atual secretário de Mobilidade e Infraestrutura, Fábio Damasceno.

Manutenção dos empregos

A necessidade de ampliar a negociação em busca de manter os empregos da categoria repercutiu em Plenário. O deputado Dary Pagung (PSB), líder do governo na Casa, garantiu que a conversa será estabelecida. “O governador Casagrande é do diálogo. Com toda certeza vamos tratar isso com a Casa Civil”.

A deputada Iriny Lopes (PT) lembrou que houve um acordo prévio muito claro sobre a situação. “O secretário Fábio Damasceno apresentou um acordo entre o governo do Estado e as empresas envolvidas assegurando que não ocorreriam demissões.

Nessa época, ficou garantido que os funcionários, na hipótese de saírem da função que ocupavam, passariam por capacitação de modo a ocupar uma nova atividade dentro do sistema. Temos que trabalhar, especialmente, pela manutenção desses empregos”, afirmou a petista.

Torino Marques (PSL) também cobrou o cumprimento do acordo inicial. “O governo deu a palavra e assinou um acordo sobre isso. A categoria contou com a promessa de uma garantia desses empregos, ainda que com a realocação dos funcionários. Isso precisa ser cumprido”, disse o parlamentar.

A deputada Janete de Sá (PMN) também repercutiu o tema. “É momento de entendimento, cabeça fria e equilíbrio. O que não dá é, em plena pandemia, com toda essa realidade de empregos que estamos vivendo e uma retomada bem tímida na economia, nós desaparecermos com três mil postos de trabalho, tornando precário o transporte público e prejudicando ainda os capixabas que utilizam desse serviço diariamente”.

O presidente da Casa finalizou desmistificando a ideia de que o cobrador seria, dentro do transporte coletivo, um potencial transmissor da Covid-19. Isso porque a suspensão do uso do dinheiro em papel em contexto de pandemia foi um dos argumentos para o fim da atividade dentro dos coletivos.

“Não podemos dizer que o cobrador dentro do ônibus é transmissor da doença em um momento no qual o mapa de risco do Espírito Santo está completamente verde e o governo está liberando eventos para 600 pessoas. Isso é covardia. Precisamos ser justos”, encerrou Musso.