PGR diz há provas que colocam Witzel ‘no vértice da pirâmide’ de esquema criminoso

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a soltura do ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos.

Ele foi preso por suspeita de integrar um grupo criminoso que desviou dinheiro público destinado ao combate da covid-19 no estado.

O pedido é justificado pela participação do governador Wilson Witzel (PSC) no mesmo esquema de Edmar.

Na manifestação, a subprocuradora-geral da República Lindôra Maria alega que a soltura do ex-secretário é necessária porque os crimes já estão sendo investigados pelo STJ por conta do foro privilegiado de Witzel.

Assim, não caberia à Justiça Estadual do Rio a decisão sobre a prisão do ex-secretário.

“Como se vê, é exatamente o mesmo grupo criminoso que está sob investigação. A diferença é que, limitado pelo foro constitucionalmente deferido aos governadores, o Ministério Público do Rio de Janeiro não quebrou os sigilos, não realizou busca e apreensão e não teve acesso a elementos de prova que claramente colocam Wilson José Witzel no vértice da pirâmide, atraindo, sem nenhuma dúvida, a competência do STJ”, escreveu.

A representante da PGR ainda reforçou no parecer a hipótese de Witzel comandar o esquema criminoso.

Ela citou também o ex-subsecretário de Saúde do Rio, Gabriell Neves, preso em ainda no início de maio por suspeita de envolvimento no esquema.

“Essa Orcrim (organização criminosa), integrada por Edmar Santos, Gabriell Neves, e que possivelmente tem, na cúpula, o governador Wilson Witzel, é o mesmo grupo criminoso investigado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro)”, finalizou.