Paratletas capixabas retornaram aos treinos presenciais de natação nesta segunda-feira (14)

Seguindo os protocolos de segurança estabelecidos pelo Governo do Estado, os paratletas de natação contemplados pelo Programa Bolsa Atleta, da Secretaria de Esportes e Lazer (Sesport), e que compõem a equipe do Clube Álvares Cabral, retornaram aos treinos presenciais nesta segunda-feira (14).

Por integrarem, em sua maior parte, o grupo de risco de contaminação pelo novo Coronavírus (Covid-19), Marcos Vinícius Barcellos, Laís Amorim, Waldir Alvarenga Júnior (Tiozinho) e os demais atletas da equipe permaneceram fora da piscina por exatos seis meses.

Com o objetivo de retomar gradativamente a produtividade dos nadadores, os treinos irão acontecer, a princípio, três vezes por semana, com o número de atletas restritos, para que o distanciamento ideal seja mantido até mesmo dentro das raias da piscina.

De acordo com o treinador Leonardo Miglinas, foi repassada uma lista para os atletas com os cuidados que devem ser seguidos durante os treinos. Além disso, todos os professores que têm contato direto com os nadadores realizaram teste para Covid-19.

Miglinas comentou sobre o retorno dos treinos, que acontece no período em que o Estado registra uma queda no número de casos confirmados.

“Um dos motivos que demoramos um tempo a mais para o retorno é, justamente, por conta da maioria dos nossos atletas pertencer ao grupo de risco. Acaba que o cronograma que tínhamos programado coincide com o momento em que estamos registrando queda no número de casos. Mesmo assim, a preocupação é muito grande”, afirmou Miglinas.

Para Marcos Vinicius Barcellos, o intuito é recuperar o condicionamento que foi sendo perdido durante o tempo afastado, já que foram realizados apenas treinos virtuais. O paratleta destacou os cuidados que está tomando e falou sobre suas expectativas com o retorno.

“Estamos tomando os cuidados que as autoridades recomendam, como distanciamento, uso de máscara fora da piscina e o uso do álcool em gel para poder evitar o contágio. O treino virtual não se compara ao treino presencial, então minhas expectativas são as melhores possíveis.

Espero fazer um trabalho bem feito para poder ganhar esse condicionamento que acabou sendo perdido com o intuito de conseguir bons resultados quando as competições voltarem, como nossa equipe sempre fez”, declarou o nadador.

Tóquio 2021

Já Waldir Alvarenga Júnior, o Tiozinho, acredita que todo cuidado é pouco na tentativa de recuperar o tempo que passou. Ele comentou sobre o desempenho dos profissionais durante o isolamento para conduzir os atletas e sobre esse retorno oficial à piscina.

“Espero tentar recuperar o tempo perdido, mas com bastante consciência para não se lesionar, pois ficamos seis meses parados, sem treino, só com condicionamento físico em casa.

Os profissionais estavam fazendo palestras todos os dias para nos orientar neste tempo parado e realizavam treinos de força e funcionais. Espero voltar o mais rápido possível ao alto nível para poder conquistar uma vaga para as Olimpíadas de Tóquio 2021”, disse Tiozinho.

Com as competições ainda suspensas, os paratletas se preparam de olho na seletiva para as Olimpíadas de Tóquio 2021, que deve acontecer em março. Miglinas destacou que o trabalho será realizado do zero devido o tempo extenso que ficaram sem entrar na piscina.

“Ainda não temos pretensão de nenhuma competição, apenas as seletivas para as Olimpíadas, então iremos trabalhar aguardando os comunicados do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Eles nunca tiveram tanto tempo longe da piscina, por isso, iremos começar do zero. Mas, tenho ciência de que eles devem se recuperar bem mais rápido do que alguém que nunca nadou”, destacou o treinador.

Bolsa Atleta

O programa Bolsa Atleta beneficia, neste ano, 121 atletas e paratletas de alto rendimento. Os valores do auxílio mensal variam de acordo com a categoria do atleta dentro do edital, sendo R$ 500 (estudantil), R$ 1.500 (nacional), R$ 2 mil (internacional) e R$ 4 mil (olímpico).